domingo, maio 25, 2008

ERA UMA VEZ


Uma menina que na sua inocência, pegava num molhinho de flores silvestres, enquanto olhava ao longe o mar…
A fotografia mostra-a de costas, com os cabelos atados com uma fitinha vermelha, as flores, essas são de pétalas brancas. O vento fustiga-lhe o rosto… nota-se pelo movimento captado no cabelo e na roupa… o que estará ela a pensar?!
Algo de importante? Ou, como todas as crianças daquela idade, somente naquele instante, o aqui e agora? Ou, como será o seu dia de escola no dia seguinte?
Ainda pode sonhar... ainda lhe é permitido sonhar com o mundo encantado! Tem uma vida toda à sua espera...
Hoje, à mulher que foi menina e que se olha de costas através de uma película fotográfica, coloca-se a questão:
São tantas as escolhas que nos são dadas… tantos os caminhos que podemos optar…tantos os erros que podemos cometer e que não têm retrocesso...
Afinal, somos nós que fazemos a vida ou, é a vida que nos faz a nós???
A resposta continua por encontrar...

quarta-feira, maio 07, 2008

Acerca da perda.

Fotografia: Susana Carrasco, 1000 Imagens

Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

É um poema lindo, sem dúvida. Mas... neste mundo em que tudo procuramos e, por vezes, nada encontramos, será que algo de nós não se perde também?!