sábado, junho 25, 2011

The Sound of Silence

Manifestação do Silêncio
Óleo sobre Tela


Simon & Garfunkel


Acordei com esta frase no pensamento:” Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again, (…)”

No nosso “Som do Silêncio” o tempo percorre-nos… deixa-nos marcas… ou será o silêncio? Ao ver este video, vi o outro lado do espelho. O olhar é diferente, a fisionomia por força das circunstâncias ( o tempo passa e vinca) altera-se, a percepção da realidade diverge. Neste sentido, lembrei-me de uma entrevista que foi realizada a Margarida Carpinteiro, em que ela dizia que a idade, digo eu, a passagem do tempo, tinha coisas boas. Algumas delas os sonhos serem mais reais. A impossibilidade de cada vez menos sermos enganados, porque, digo eu, a experiência faz de nós enciclopédias... contudo...

"People talking without speaking,

People hearing without listening,

People writing songs that voices never share

And no one dared

Disturb the sound of silence.

"Fools" said I, "You do not know

Silence like a cancer grows."

Tenho que considerar que estas frases tantas vezes ouvidas, hoje me fazem um sentido extraordinário. Vivemos e deixamos tantas vezes o silêncio permanecer que, em última análise, nem percebemos que o mesmo se instalou definitivamente. Olhámos para o lado e, se quisermos, conseguimos ver o silêncio dos outros... basta um olhar... mas, é mais fácil afastar e ouvir somente o som do nosso silêncio!

E, porque um pensamento leva a outro, lembrei-me do livro de Daniel Sampaio: “Ninguém morre sozinho”! Não? Quantos silêncios nos passam ao lado cujo ruído é ensurdecedor? Mas, teimamos em mandar para os meandros do esquecimento as vozes que podíamos ter partilhado, e que de alguma forma e para ambos , poderiam ter suavizado The sound of silence”!

domingo, junho 19, 2011

Regresso ou não.

Junya Suzuki



ESCADA SEM CORRIMÃO



É uma escada em caracol

E que não tem corrimão.

Vai a caminho do Sol

Mas nunca passa do chão.

Os degraus, quanto mais altos,

Mais estragados estão,

Nem sustos nem sobressaltos

servem sequer de lição.

Quem tem medo não a sobe

Quem tem sonhos também não.

Há quem chegue a deitar fora

O lastro do coração.

Sobe-se numa corrida.

Corre-se p'rigos em vão.

Adivinhaste: é a vida

A escada sem corrimão.

David Mourão- Ferreira

A força para voltar é pouca ou nenhuma.

Corrimões não existem e, por vezes, nem tão pouco degraus...

Contudo, as recordações deste espaço são muitas e, não queria de forma alguma deixá-las... não conto voltar com assiduidade, mas quero, acima de tudo manter este elo de ligação com muitas pessoas que foram e são importantes.