"Na sua forma mais sublime (...) a música detém um poder universal (...) o cérebro trata as mensagens musicais como se elas viessem do coraçao e não do ouvido. Esta música apropria-se da transmissão e chega ao cérebro não somente enquanto som, mas também como sentimento puro. E que sentimento é este para um organismo vivo senão a enunciação dos estados graças aos quais a natureza compoõe as emoções mais diversas, desde o desejo ardente do inatingível ou da angustia da partida, à febre da aventura, à visita sempre adiada a um lugar desprendido deste mundo? ... Quando esta apropriação acontece, o espírito do ouvinte previligiado tem a sensação de estar às portas da sua vida interior, de estar ligado à fonte da existência, longe, bem longe do quadro mundano da experiência."
Damásio, António R.
BOM FIM DE SEMANA!!
Vivaldi Four Seasons played by Anne-Sophie Mutter
sábado, setembro 29, 2007
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quarta-feira, setembro 26, 2007
Message in a bottle
sábado, setembro 22, 2007
Guerra e Paz.
Photo: Sesech BayatCourtesy of Teldec Classics International
No seguimento do post anterior em que deixei uma citação acerca da arte e sua contribuição para a unificação em termos gerais, não podia distanciar-me da notícia que hoje foi posta aos olhos do mundo.
Daniel Barenboim, nasceu em Buenos Aires, em 1942. Começou a estudar piano aos cinco anos de idade, tendo-se estreado como pianista em Viena e Roma, no ano de 1952. Em 1981 teve a sua estreia como Maestro em Bayreuth.
“ Este e Edward Said, intelectual palestiniano que morreu em 2003, fundaram o West-Eastern Divan Workshop, que todos os verões convida jovens músicos de Israel e do Médio Oriente para formar uma orquestra. Em 2003 a orquestra tocou pela primeira vez num país árabe, na cidade de Rabat, a convite do Rei Muhammed VI. O Workshop não pretende expressar nenhuma posição política e o seu objectivo é o de dar um exemplo de diálogo entre culturas.”
Aos 21 de Setembro do corrente ano foi nomeado, entre outros, EMBAIXADOR DA PAZ DA ONU, em virtude do seu trabalho enquanto maestro e pianista, “no sentido do desenvolvimento a favor do entendimento entre o povo israelita e palestiniano, especialmente através da fundação de uma orquestra que reúne jovens de ambos países.”
UNS ORQUESTRAM A GUERRA, OUTROS PROMOVEM A PAZ E TOLERÂNCIA!
BOM FIM DE SEMANA!
quinta-feira, setembro 20, 2007
Vangelis - Mythodea
“Os artistas são os que passam a sua vida a ligar os pedaços soltos do mundo.”
Yves Simon
domingo, setembro 16, 2007
Leituras.
sexta-feira, setembro 14, 2007
Nocturne No.1 - Maria Joao, Piano. music: Frederic Chopin
A um grande professor e Amigo. Tão curta a duração da comunicação mas tão grande a aprendizagem.
O meu muito obrigado à M. José por me ter dado a possibilidade de adquirir de novo este video.
quarta-feira, setembro 12, 2007
Only time
Who can say where the road goes,
Where the day flows, only time?
Who knows? Only time
E o tempo que nos escorre pelos dedos que nem areia...o passado, já foi. O presente está a ser e o futuro está aí, no próximo segundo!
sábado, setembro 08, 2007
Divagações...
Cada um de nós nasce mas não é tábua rasa. Consigo trás todo um conjunto de informação que será ou não desenvolvido consoante as vivências. Ou seja, consoante a socialização. Ao longo da existência, a sociedade impõe-nos constantemente um papel do qual seremos ou não “escravos”. Depende das escolhas que fizermos e da nossa própria personalidade.
Uns nascidos em “berço de ouro”, outros nem tanto, acabamos no fim por não ser mais que seres humanos, aos quais deveriam ser dadas as mesmas possibilidades de construção de vida. Entram aqui as escolhas e opções que temos/teremos que fazer, cada um com as “ferramentas” que lhe são permitidas.
Importa por vezes olhar para trás e analisar por nós próprios o que há de bom ou de mau. Quais as escolhas correctas do nosso ponto de vista e quais as incorrectas. A vida, se a olharmos de trás para a frente, mais não é que uma tela, onde foram muitos os acontecimentos. Uns mais vinculativos que outros. Dessa análise podemos, por vezes, constatar que o que era verdade num tempo, deixa de o ser actualmente. O “sentir” de ontem, já não é igual ao de hoje…
Porquê? Tantas são as razões!
Durante a nossa existência, são muitas as pessoas com que nos deparamos. Com umas criamos laços, outras nem por isso. De todas elas, algo damos e retiramos.
Algumas, estão connosco breves instantes se considerarmos a longevidade natural do ser humano. A vida trata de nos arrancar sem qualquer aviso, essa convivência da qual tanta comunicação foi transmitida. Resta-nos aprender a viver com a ausência… e, mais uma vez, o que antes era adquirido … desaparece!
Outras, aquelas pelas quais punhamos “as mãos no fogo”, mas acabamos queimados. Resta a assimilação da nova realidade e, enfrentá-la como melhor conseguirmos. Outras ainda, presenteiam-nos com a sua presença, mesmo que longe. Essas são aquelas que pouco existem e que, na maioria das vezes, nos acompanham desde a infância.
Estes são extremos das nossas convivências e aprendizagens enquanto seres individuais mas sociais.
Que temos em comum?
Apenas duas coisas: Todos temos um fim que nos espera!
Todos buscamos a vida inteira aquilo a que chamamos FELICIDADE!
Conceito abstracto que vive de formas diferentes em seres diferentes e que muitas vezes, mais não é que um momento ou, vários momentos. A diferença está no espaço de tempo de duração dos mesmos.
Como gerimos toda esta panóplia de informação?
Não há receita! Cada um da forma que lhe for mais “confortável”!
terça-feira, setembro 04, 2007
Reencontro
Com uma educação que lhe havia proporcionado a aprendizagem de um instrumento musical, nomeadamente o piano, os caminhos da vida levaram a que houvesse um afastamento progressivo desse trilho. A musica clássica que outrora fizera parte das suas preferências tinha tomado uma posição bastante longínqua. Sentia a sua ausência mas não era questão que a preocupasse de momento.
Numa das suas tardes livres, deambulava por uma loja quando de repente aos seus ouvidos chegou um som há muito ausente da sua vida. Seguindo a audição foi encontrar alguém concentrado no teclado do piano que tocava. Percebeu que naquele momento e, para aquela pessoa, nada mais existia senão ele próprio, o instrumento e a melodia que lhe saía das mãos. Procurando não fazer qualquer barulho, aproximou-se e ficou parada ouvindo, vendo e sentindo aquela sensação agradável que há tanto tempo a deixara. Sem se aperceber, também ela fazia parte daquele grande espaço onde se fazia sentir uma cumplicidade entre dois estranhos. Ambos estavam fora deles mesmos, cada um sentia aquele momento à sua maneira em função das suas vivências interiores.
Foi nesse momento breve e a ouvir aquelas notas que se deu conta que o tempo se tinha encarregado do afastamento, mas o sentimento que a ligava áquele instrumento, áquele som e aos movimentos quase mecânicos das mãos percorrendo um teclado, permanecia igual!
Foto: Alexandra