O que é de uma simplicidade extraordinária pode, por vezes, ter um significado imenso.
Não sei quantas vezes olhei para este enquadramento ao longo da minha existência, também não sei quantas vezes este monumento me viu passar... terei olhado e nada me disse? Ou teria agora mais razões para reparar nesta beleza?
Embora não seja católica praticante, nem me reveja nos ensinamentos deste símbolo, andava pela rua apinhada de gente quando de repente esta imagem surgiu e me fez voltar quase em simultâneo ao quotidiano longinquo e actual. Aquele que, em férias, não me é possível ter pelas razões mais insignificantes ... porque são férias e queria afastar-me do que me acompanhou durante os últimos tempos, porque estava mais acompanhada e a atenção era necessáriamente desviada... tantas possibilidades!
Ao ser despertada por esta imagem surgiram saudades dos pequenos gestos que me caracterizam. Percebi, naquele instante, que não vale a pena tentar fugir do que quer que seja. Ideia, pensamento, constatação, pertencente ao passsado/ presente.
Um simples olhar, trás-nos de volta imagens sensitivas que ficam para sempre guardadas e que emergem, através de um estímulo que, na maioria das vezes, acompanhado de outras componentes, nos mostra aquilo que para cada um de nós é importante.
Foto: Alexandra