Fumar charuto era um dos prazeres de D. Luís. Numa das cartas de noivado para D. Maria Pia revelou-lhe este seu hábito.
D. Luís e D. Maria Pia – Ascendentes do Rei D. Carlos (penúltimo rei de Portugal).
Imagem: Sala de Fumo, Palácio da Ajuda, Lisboa
Este é um espaço livre, onde todo o tipo de escrita pode nascer. Palavras dispersas; Poemas (não meus, mas de quem considero digno desse nome);Pensamentos; Textos onde esboço a minha opinião sobre assuntos mais pertinentes ou problemáticos desta sociedade, etc, etc, etc...
Imagem: Sala de Fumo, Palácio da Ajuda, Lisboa
Ouço a música, vejo o video clip várias vezes e dou comigo a sorrir e por vezes até a rir. Se prestarmos atenção nada tem que nos provoque o riso, antes pelo contrário. Simplesmente, ao ver e ouvir repetidas vezes, penso: “Será verdade?” Tenho que concordar que é real, tão real que até dói. E, por doer, o sorriso emerge como defesa. Defesa porque visiono as posturas que assumimos sem tão pouco disso termos noção.
" 'Cause it's a bittersweet symphony this life"
Trying to make ends meet, you're a slave to the money then you die"
Não será esta uma realidade actual?
Vivemos em plena luta diária pela sobrevivência. A maioria das vezes, deixamos de perceber que, possivelmente, poderíamos caminhar com mais calma porque já temos o que necessitamos. Mas, a correria continua ininterruptamente… até ao dia em que algo acontece e, percebemos que o fim pode estar mesmo ali ao lado… mas, mesmo assim, a vida continua e mais uma vez nos viramos para dentro de nós mesmos. Passamos nas ruas apinhadas de gente, seguindo sempre em frente como se nos tivessem desenhado um segmento de recta por onde temos que correr. Se, por acaso “acordamos”, damos com olhares frios, gélidos, rostos inexpressivos, perfeitos autómatos com os quais de imediato nos identificamos para que… sejamos apenas mais um entre muitos.
Obstáculos? Que é isso? Onde estão? Nem os vimos. Contornamo-los e, na impossibilidade, passamos por cima. Percebemos que o fizemos? Não! Interessa sim o objectivo a ser cumprido, custe o que custar.
"I need to hear some sounds that recognize the pain in me"
Necessidade imperativa e primordial para continuar. Esquecer, empurrar para os primórdios do inconsciente todos os problemas, aflições, traumas, etc, etc, etc que nos perseguem. Só recorrendo a esta defesa podemos continuar inexpressivos por forma a desempenhar os papéis sociais que nos são impostos. Como produto final, encontramo-nos muitas vezes como “autistas”, vazios de senso e conteúdo, de onde, se ainda nos for possível, só saímos quando um estimulo exterior suficientemente forte nos devolve a consciência.
"No change, I can't change, I can't change, I can't change"
É usual a negação à mudança, mais usual do que seria salutar. Mas quero acreditar que esta é sempre possível!
“(…) a cidade não conta o seu passado, contém-no como as linhas da mão, escrito nas esquinas das ruas, nas grades das janelas, nos corrimões das escadas, nas antenas dos pára-raios, nos postes das bandeiras, cada segmento marcado por sua vez de arranhões, riscos, cortes e entalhes.”
Calvino, Italo, As Cidades Invisíveis, p. 14
E nós que a percorremos, quantas vezes olhamos sem ver?!
Imagem: Recanto da Praça da Riveira, Lisboa
Ouço uma, duas, três.... perdi a conta das vezes que a ouvi, numa tentativa de interiorizar a sua mensagem. Acho-a bonita e portadora de esperança, mas dou comigo a pensar que nem de tanto a ouvir consigo acreditar nestas palavras. Não fazem eco cá dentro, é como se de alguma forma estivesse bloqueada à sua entrada. Simplesmente rodopiam em meu redor mas… ficam-se por aí.
Verdade seja dita que anjos nunca foram o meu forte. Mas a esperança e a postura aberta a outras oportunidades sempre fizeram parte da minha personalidade..
Não posso considerar que tenha uma vida muito difícil. Há bem piores e seria injusto fazer qualquer equivalência. Contudo, noto o perfeito casulo onde, aos poucos, me fui envolvendo, na direcção proporcional à passagem do tempo. Cada vez mais apertado, cada vez mais escuro, de tal forma que já dei comigo a pensar: “A próxima etapa é não veres um palmo à frente do nariz!!”
Nunca fui, nem sou apologista de vitimização, sei que tenho que quebrar o ciclo. Pergunto-me amiúde: “Como?”
Angels
I sit and wait
Does an angel contemplate my fate
And do they know
The places where we go
When we're grey and old
'cos I have been told
That salvation lets their wings unfold
So when I'm lying in my bed
Thoughts running through my head
And I feel the love is dead
I'm loving angels instead
And through it all she offers me protection
A lot of love and affection
Whether I'm right or wrong
And down the waterfall
Wherever it may take me
I know that life won't break me
When I come to call she won't forsake me
I'm loving angels instead
When I'm feeling weak
And my pain walks down a one way street
I look above
And I know I'll always be blessed with love
And as the feeling grows
She breathes flesh to my bones
And when love is dead
I'm loving angels instead
...