Simon & Garfunkel
Acordei com esta frase no pensamento:” Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again, (…)”
No nosso “Som do Silêncio” o tempo percorre-nos… deixa-nos marcas… ou será o silêncio? Ao ver este video, vi o outro lado do espelho. O olhar é diferente, a fisionomia por força das circunstâncias ( o tempo passa e vinca) altera-se, a percepção da realidade diverge. Neste sentido, lembrei-me de uma entrevista que foi realizada a Margarida Carpinteiro, em que ela dizia que a idade, digo eu, a passagem do tempo, tinha coisas boas. Algumas delas os sonhos serem mais reais. A impossibilidade de cada vez menos sermos enganados, porque, digo eu, a experiência faz de nós enciclopédias... contudo...
"People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one dared
Disturb the sound of silence.
"Fools" said I, "You do not know
Silence like a cancer grows."
Tenho que considerar que estas frases tantas vezes ouvidas, hoje me fazem um sentido extraordinário. Vivemos e deixamos tantas vezes o silêncio permanecer que, em última análise, nem percebemos que o mesmo se instalou definitivamente. Olhámos para o lado e, se quisermos, conseguimos ver o silêncio dos outros... basta um olhar... mas, é mais fácil afastar e ouvir somente o som do nosso silêncio!
E, porque um pensamento leva a outro, lembrei-me do livro de Daniel Sampaio: “Ninguém morre sozinho”! Não? Quantos silêncios nos passam ao lado cujo ruído é ensurdecedor? Mas, teimamos em mandar para os meandros do esquecimento as vozes que podíamos ter partilhado, e que de alguma forma e para ambos , poderiam ter suavizado “The sound of silence”!