quarta-feira, março 25, 2009

Solidão

"No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar."

August Strindberg

Mas... ... sim, porque há sempre um "mas" e um "se". E se não chegar???

Imagem: Parque dos Poetas.

sexta-feira, março 13, 2009

Talento


As formas de fuga de uma realidade, seja ela qual for, podem ser diversas. Umas mais originais que outras, mas todas elas têm um ponto em comum: Esquecer nem que seja por momentos, o que nos perturba. Uma das minhas - tenho que reconhecer - é a leitura. Dela retiro os mais variados conhecimentos, outras vezes nem por isso, mas tão só o facto de ler por melodiosas palavras ideias que me fazem reflectir. Deixo um exemplo com o qual estou completamente de acordo.
" O talento natural é como a força de um atleta. Pode-se nascer com mais ou menos faculdades, mas ninguém consegue ser um atleta simplesmente por ter nascido alto ou forte ou rápido. O que faz um atleta, ou um artista, é o trabalho, o ofício e a técnica. A inteligência com que se nasce é simplesmente a munição. Para se chegar a fazer alguma coisa com ela é necessário transformarmos a nossa mente numa arma de precisão. (...) Toda aobra de arte é agressiva. (...) E toda a vida de um artista é uma pequena ou uma grande guerra, a começar pelo próprio e pelas suas limitações. Para chegar a alguma coisa que te proponhas é preciso primeiro a ambição e depois o talento, o conhecimento e por fim, a oportunidade."
Acrescentaria ainda que a mesma ideia se pode usar no nosso quotidiano.
Zafón, Carlos Ruiz, O Jogo do Anjo, p. 200.
Imagem: Vendedora de Flores, Diego Rivera

segunda-feira, março 09, 2009

Brisas e Tempestades


As crianças e o seu pensamento são o que de mais belo e puro podemos encontrar. Não pensemos que estão desatentas, que podemos ter as mais variadas conversas porque não somos entendidos. Normalmente somos muito bem percebidos e, quando tal não acontece, mais tarde ou mais cedo a pessoa sobre quem estava posicionada a sua incompreensão acaba por sabê-lo.
Não preciso de prova, mas a história que se passou com a minha sobrinha de 8 anos é um exemplo perfeito.
- Ó tia dás-me um copo de àgua?
- Claro querida, vem comigo que to dou.
Enquanto lhe preparava a àgua, diz-me ela:
- Ó tia tu tiraste um curso de (…)?
Olhei para ela um pouco surpreendida e pensando por um lado onde quereria ela chegar, por outro admirada como é que ela, sendo minha sobrinha e da qual estou tão perto, sabia tão pouco da minha vida. Respondi-lhe afirmativamente pensando já em perguntar-lhe se não sabia. Não tive tempo porque de imediato avançou:
- Então porque trabalhas em (…)?
Apanhada de surpresa, respondi-lhe:
- Sim querida tirei porque gostava muito, mas como não consegui trabalhar nessa área acabei por trabalhar onde conheces.
No meio dos meus pensamentos rápidos dentro daquela conversa e de alguma emoção, devo ter ficado sem noção do tempo. Ouço a mesma vozinha:
- hummm, pois! Mas eu ainda não tenho a minha àgua!!!
A rir, servi-lhe o que me pedia mas fiquei a pensar como sem querer e na mais pura das inocências, aquela criança de quem tanto gosto, tocou num ponto fulcral.
O desenvolvimento da vida de cada um de nós. Os gostos muito particulares, os objectivos que pretendemos atingir em determinada altura, o trabalho muitas vezes sobre humano que fazemos, a luta pela concretização de um sonho e … a vida que pode ser “(…) como a brisa suave que precede as tempestades brutais; parece doce mas é amarga, tal como a rosa que atrai com as cores vivas das pétalas e trai com os espinhos que as folhas ocultam.”
Cit. Santos, José Rodrigues; A Vida Num Sopro, p. 68.
Imagem: Pino Art (2006), Close To My Heart.

domingo, março 08, 2009

Obrigado


Não podia deixar de agradecer publicamente esta oferta da Isabel e do José António ( “ O Caminho do Coração”). É com todo o carinho que recebo este selo e o evidencio, pois têm-me seguido desde que abri o blog e, mais importante que isso, acompanharam-me manifestamente numa fase difícil que passei e que ainda continua a afectar-me. Não me conhecem pessoalmente, mas sempre acreditaram e permaneceram bem perto.
Obrigado, Isabel.
Obrigado, José António.