sábado, dezembro 30, 2006

2007


Divirtam-se
e
tenham...
Um 2007 cheio de luz e côr!!!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

NATAL


A todos os que por aqui passarem, façam o favor de se divertir
e tenham um
FELIZ NATAL

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Voz que se cala

Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que estende a voz ao muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...
Florbela Espanca, in Sonetos, pp 179

terça-feira, novembro 28, 2006

Solidão


ENTREVISTA A CHICO BUARQUE, ONDE ELE DEFINIU "SOLIDÃO":
"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou Fazer sexo... Isso é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entesqueridos que não podem mais voltar.... Isso é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isso é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõecompulsoriamente... Isso é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...Isso é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...SOLIDÃO "é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma."
Enviado via e-mail por um Amigo!

sábado, novembro 25, 2006

C'est la vie...






Interrompo esta pausa, para aqui deixar algo de importante para mim.



Alguém que com a sua voz, talento e carisma, se tornou um amigo importante em horas boas e, menos boas.


http://www.youtube.com/watch?v=Ir4r0FoJmVM












domingo, novembro 19, 2006

Tempo para reflexão


Como diz uma grande Amiga minha "Na vida tudo é relativo..." e é essa relatividade que, por vezes, nos leva a parar para "rever a matéria" !
Estou aqui para agradecer a todos os que por aqui têm passado e deixado mensagem e ainda àqueles que sei que passaram, embora não se tenham pronunciado.
Não deixo uma despedida, mas somente um até muito, muito breve!!!
Os vossos cantinhos também não foram esquecidos e, muito terei que pôr em dia :)
Usando as palavras da Ana do Art Painting... "Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços"
Fiquem bem! ;)
Claude Monet, 1874

sexta-feira, novembro 10, 2006

Sobre a pintura de um ramo florido "Primavera Precoce", de Wang

Vincent Van Gogh
Quem disse que a pintura deve parecer-se com a realidade?
Quem o disse vê com olhos de não entendimento
Quem disse que o poema deve ter um tema?
Quem o disse perde a poesia do poema
Pintura e poesia têm o mesmo fim:
Frescura límpida, arte para além da arte
Os pardais de Bain Lun piam no papel
As flores de Zhao Chang palpitam
Porém o que são ao lado destes rolos
Pensamentos-linhas, manchas-espíritos?
Quem teria pensado que um pontinho vermelho
Provocaria o desabrochar da primavera?
Su Dong Po
Resolvi deixar para este fim de semana, um poema que considero magnífico, oferecido pelo Amigo RPM http://pontosde-vista.blogspot.com/
BOM FIM DE SEMANA

domingo, novembro 05, 2006

Voando para a liberdade!

Vincent Van Gogh
(…) "ser livre é inventar a razão de tudo sem haver absolutamente razão nenhuma para nada. É ser senhor total de si quando se é senhoreado. É darmo-nos inteiramente sem nos darmos absolutamente nada. É ser-se o mesmo, sendo-se outro. É ser-se sem se ser."

Vergílio Ferreira, in 'Nítido Nulo'
António Lança, www.olhares.com
(...)

Just watching the show
Over and over again
Knew it was time
He'd made up his mind
To leave his dead life behind
(...)
Spread your wings and fly away
Fly away, far away
Spread your little wings and fly away
Fly away, far away
Pull yourself together 'Cos you know you should do better
That's because you're free man
(...)
Nothing in this world, nothing would make him stay
(...)
Spread your wings and fly away
Fly away, far away ...
Spread Your wings, News of The Wolrd, Queen

quinta-feira, novembro 02, 2006

Momentos de chuva.


Lá fora a chuva cai, não de mansinho!
Olhos que a contemplam, aos sentidos auditivos chega, lá longe, o som de um trovão.
Sorte, ou azar poder usufruir, sem ninguém por perto toda esta beleza,
Que a Natureza por vezes nos proporciona.
O céu cor chumbo, por entre as árvores realça o seu verde,
E a chuva continua caindo,
Ouve-se pingar sobre as telhas, para de seguida correr pelos beirais,
Deslizando e, em queda livre, acabar no chão!
E continua, sempre com a mesma cadência,
Limpando tudo quanto encontra no seu caminho.
A flora limpa e alimentada, a fauna, essa está escondida.
Espera o momento soalheiro, para dela se poder alimentar.
São assim os ciclos de vida...
Para quem gosta deste som, pode projectar nele as lágrimas que não correm.
Limpar a "alma" daquilo que a vida nos dá, mas que preferimos esquecer.
De repente, uma luz intensa entra, preparando para o som seguinte,
Segundos mais tarde, surge o trovão que, também ele pode servir de projecção...
Simboliza a raiva, a dor, o grito, a revolta... aquilo que,
Queremos calar.
E no desenho que o relâmpago faz, tal como numa nuvem passageira,
podemos ficar com uma imagem que o nosso cérebro retém.
Um coelho, uma cara de perfil, um mapa...
Um monstro, para muitos de nós!
Enquanto tudo isso nos passa pelo consciente,
ela, a chuva, vai caindo e... limpando...!
Fotografia: José Pedro Pinto da Costa, www.Olhares.com

terça-feira, outubro 31, 2006

Reflexão sobre o "Inconsciente".

Segundo Freud:
"Inconsciente (ID) - pulsões, desejos e medos recalcados. Não obedece à lógica nem à moral.
A personalidade é determinada fundamentalmente por processos e forças inconscientes moldadas nos primeiros anos de vida (até aos 6-8 anos). Daí resultam comportamentos incompreensíveis (fobias, auto-agressão) o que permite pensar em soluções para a cura."


http://www.prof2000.pt/users/isis/psique/unidade1/objecto/freud.html




Segundo Jung:
Jung designou a sua teoria de psicologia analítica, uma psicologia da profundidade que se centra na compreensão do relacionamento entre a mente consciente – que aparenta ser o nosso centro de auto-controlo – e o inconsciente tal como este se manifesta nos sonhos, nas fantasias, no simbolismo das artes criativas, na cultura, nas doenças psicossomáticas, nos sintomas psicológicos e nas
preferências quotidianas bem como padrões comportamentais que se tende a designar de personalidade.

http://www.ismai.pt/NR/exeres/5D02371D-DB7F-4719-BB0C-F3CE662440DB,frameless.htm



O Inconsciente
Fomos…
Somos…
Seremos…

Sempre influênciados pelas vivências inconscientes.
Os comportamentos, decisões, etc, estão vinculados às experiências que esquecemos, mas que permanecem no nosso inconsciente. Pelo que cada um de nós, é um Ser diferente, quer na procura de razões de vida, quer na sua apreciação.
No fundo, toda a nossa existência, é uma “luta” entre aquilo que queremos, aquilo que podemos e aquilo que conseguimos atingir, tendo em conta que cada acontecimento, nos deixa marcas que permanecerão, tendendo a influenciar as respostas futuras.

Este pequeno texto, foi pensado tendo como base não só as teorias atrás descritas, como também as palavras escritas por duas pessoas, das quais transcrevo alguns excertos.
(…) "por vezes não vemos aquilo que somos, e tentamos pensar como agir, em vez de agir como pensamos. Esta é a grande diferença: o tempo não se apaga, a memória pode não lembrar, mas não esquece cada momento vivido."(…)

Marco António (
http://aoencontrodotempo.blogspot.com/)

(…)"Uma seta partindo do arco quando chega ao destino, já não é a mesma seta. E connosco é a mesma coisa. a própria existência nos vai moldando a cada segundo que vai passando."

Manuel (http://de-proposito.blogspot.com/)

Em suma, poderá dizer-se que a “matriz” é a mesma para todos nós, somente os conteúdos variam!

sexta-feira, outubro 27, 2006

A Beleza e a Intolerância

Final do Ramadão Foto@EPA/Strmultan
Mulheres paquistanesas exibem as suas mãos decoradas em Multan, no Paquistão, na celebração do Eid al-Fitr, que assinala o fim do mês de jejum do Ramadão.
É triste se pensarmos que uma tradição tão bela, pode esconder atrás de si fundamentalismos que mais não fazem senão deixar um rasto de destruição, de ausência de liberdade e uma total incapacidade para pensar a realidade de forma isenta!
Uma das mais constantes características gerais das crenças é a sua intolerância. Ela é tanto mais intransigente quanto mais forte é a crença. Os homens dominados por uma certeza não podem tolerar aqueles que não a aceitam.
Gustave Le Bon, in 'As Opiniões e as Crenças'

segunda-feira, outubro 23, 2006

Palavras soltas

Salvador Dali, Thought, 1925
Espero pela noite, companheira desde sempre ... silêncio que somente é interrompido pela musica suave, estimulo para o fluir do pensamento.
Frida Kahlo, embora a grande maioria das vezes funcionando em registos opostos, tem uma frase adorável: "Para que presciso de pés quando tenho asas para voar?" Fruto de um sofrimento atroz, ainda consegue usar um dos mecanismos de defesa mais usados pelo Ser Humano.
Para usufruir de um pouco de paz interior, muitos de nós, tentamos "sair do corpo" para voar e, assim, simplesmente respirar... elemento esssencial à vida! Contudo, por maior que seja a mágoa, a "gravidade" mais tarde ou mais cedo, puxa-nos de volta ao mundo real. Aí teremos que voltar a sentir a dor. Nada melhor que esse estímulo para nos devolver à terra! É aqui que pensamos no que nos faz sentir mal, no que nos magoa ou, nos maguou. Urge a solução para voltarmos a ser o que eramos e não, a sombra do que fomos!
Mas, voltar a ser o que era? Será possível?
Tudo é mutável e, não seremos nós, humanos, que vamos ter a coragem de dizer o contrário. Sentimo-lo na mente, no corpo e na pele!
Caminhos traçados e percorridos que, por esta ou aquela razão, foram destruidos. Sentimentos que antes eram, mas deixaram de ser, porque qualquer acontecimento nos abriu os olhos, levando à tomada de consciência ...
Não! Os mesmos já não seremos! Melhores? Piores? Depende da forma como são vivênciadas as circunstâncias. No entanto, que é isso de melhor, ou pior? Subjectividade quanto baste! Para o próprio pode ser melhor porque assim se sente defendido, para os que o rodeiam pior, porque deixou de ser o que era. As respostas perante um mesmo estímulo deixaram de ser iguais...
Inumeras, são as vezes que ouvimos a palavra " esquece"!!! Resposta a essa palavra, quanto mais não seja porque o próprio acha que assim deve ser: "Esqueço tudo e volto ao que era." Tenta, desespera para conseguir, reune todas as suas forças com esse obectivo mas, depois de muito batalhar, acaba por voltar a perguntar: Porquê? Porque tenho que esquecer o que me maguou? Porque tenho que esquecer o que modificou os meus sentimentos se, de facto, eles sofreram uma modificação? Remeter para a profundidade do inconsciente já não é possível porque a consciência da acção está bem vincada.
Resta perceber o porquê da modificação, a aceitação desse porquê ou não e, em consonância, dar a resposta correcta, mesmo que para isso demore tempo. Um dia, uma semana, um mês, um ano, dois anos ... não interessa. O tempo necessário para, assimilar a própria razão que, não está isenta da emoção, segundo teorias bem fundamentadas do Prof. António Damásio.
O dia de amanhã, será ele próprio, os que se seguirem também... até ao dia da tomada de decisão que, pode ser NUNCA!!!

quarta-feira, outubro 18, 2006

Reflexo

Imagem retirada de: Blog Catedral2

A realidade vivênciada, pode ser por vezes tão avassaladora, dura ou simplesmente rotineira, que não nos é permitido, a maioria das vezes, parar para pensar. Porém temos mecanismos que em nosso socorro surgem e que nos fazem parar e olhar com outros olhos, para algumas circunstâncias que fazem emergir toda a sensibilidade existente em cada um de nós. A poesia, assim como a prosa, são elementos que nos propiciam a possibilidade de parar e pensar, mantendo-nos longe por instantes, daquele que é o nosso mundo. Muitas dessas palavras que nos captam a atenção, são na maioria das vezes, o nosso próprio reflexo. Assim sendo, será sempre gratificante passar os olhos por exemplos destes:

AMAR!

Eu quero amar, amar perdidamente!

Amar só por amar: Aqui... Além...

Mais este e Aquele, o Outro e toda a gente...

Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...

Prender ou desprender? É mal? É bem?

Quem disser que se pode amar alguém

Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:

É preciso cantá-la assim florida,

Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada

Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... para me encontrar...

Florbela Espanca, Sonetos, pp 137.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Nunca nos separámos do primeiro amor...



Nunca Nos Separamos do Primeiro Amor


Já o disse em Hiroshima Mon Amour: o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias. Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele. Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.

Marguerite Duras, in 'Mundo Exterior '


Perante cabeças espreitando pela janela, a professora exclama “Temos visitantes!” Depressa as sombras desaparecem… acabou a aula, Economia… Brrrr que horror!!! È a correria para as varandas, a descida pelas escadas interiores, o barulho da confusão do intervalo!

Um olhar, um aceno, uma brincadeira e de novo recolhemos às salas. Mais uma hora, duas horas, e de novo a confusão. Conversa aqui, conversa ali… e os primeiros namoros emergem!

Verão… calor abrasador! Mas o pátio tinha o sol a acompanhar-nos desde que chegávamos à Escola, até que dela saíamos. Procurar as sombras, sentados aos molhos pelo chã, pelos canteiros, cadernos, livros espalhados. Hora de entrada… tudo a correr cada um por seu lado. As paredes que sempre foram amarelas continuam sendo amarelas. O velho ginásio palco de grande movimento, de grande azáfama. Elemento de prazer para uns, de angústia para outros, mas continua lá!

Aqui se aprendeu não só aquilo que hoje nos pode servir ou não, como também a viver.
A alegria do primeiro encontro, as conversas de adolescente e toda uma vida à nossa frente! Sonhos? Muitos! Se estas paredes falassem??????
Vidas se afastaram, vidas se uniram, imagens marcadas por vivências pertinentes que nunca esquecem.

Aqui nasceram alguns primeiros amores que se tornaram únicos, até um dia… um determinado dia…em que muito do que era foi perdido!

A estrutura permanece inalterada na sua essência, as cores são as mesmas, os muros os mesmos, o chão o mesmo mas nós… modificamo-nos!!!!
..............

.....

Bom Fim de Semana!

Fotografias: Antiga Escola Secundária Gil Eanes, Lagos, 2006

quarta-feira, outubro 11, 2006

Que direito...?


Não gostava de entrar por este assunto pela sua polémica, pela sua sensibilidade, pelas diversas formas de ver o mundo e acima de tudo por gostar de respeitar as diversas formas de pensamento.

No entanto, não resisto a escrever algo sobre alguém que ontem vi dando uma entrevista na televisão: Ana é uma doente terminal que defende a eutanásia. Numa entrevista única, no Jornal da Noite, pede para poder ser ela a decidir o futuro. Porque tem "muito medo da vida". Tem "muito medo de ter dores, de perder a dignidade". Porque, diz, a morte não a "assusta nada". (1).

Quando vi esta pessoa à minha frente, usando estas e outras palavras para defender o que achava por conveniente dizer acerca da sua situação e, apesar de já há muito tempo, defender que todos temos direito a uma vida digna de tal nome, considerando por isso que o sofrimento, não sendo mais que ( em alguns casos) o prolongamento da agonia do que todos sabemos que inevitavelmente irá acontecer, iniciei um novo caminho no raciocínio que me leva a perguntar se teremos nós o direito de obrigar seja quem fôr, a sofrer até ao fim? Como seres humanos, devemos aceitar isso? Devemos manter essa ideia conformada de que tem que ser assim?
Freud escreveu que : “O indivíduo num grupo está sujeito, através da influência deste, ao que com frequência constitui uma profunda alteração na sua actividade mental. A sua submissão à emoção torna-se extraordinariamente intensificada, enquanto que a sua capacidade intelectual é acentuadamente reduzida, com ambos os processos evidentemente dirigindo-se para uma aproximação com os outros indivíduos do grupo (…)” (2)


Ao ler estas palavras, associei-as a toda a controvérsia existente, no que concerne ao tema em questão. Somos uma sociedade que equivale a um grupo, onde o individuo está inserido, sofrendo por isso a sua influência. Ao usar esta teoria teria que assumir uma submissão à emoção colectiva, aceitando por isso que a capacidade intelectual de cada individuo é reduzida face aos valores da socialização, por forma a que se verifique uma aproximação ao pensamento dominante no grupo.


Tendo consciência de que estou a fazer uma simplificação demasiado reducionista, será que não existe alguma verdade nestas relações para que um tema destes dê tanta polémica? Será que ficamos tão arreigados aos nossos valores que não nos é permitido pensar de forma mais ampla e, aceitar a versão daquele que está, de facto, a passar pela real situação, negando-lhe assim os seus próprios direitos, em função do que tanto nos assusta mas que não é mais do que uma realidade da qual nenhum de nós escapará?


Um assunto que prevejo seja discutido, mas que penso nunca haver possibilidade de consenso…



(1) Sic Online de 2006-10-11

(2) Sigmund Freud, in 'Psicologia das Massas e a Análise do Eu'

Quadro: A criança doente, 1885/1886, E. Munch

segunda-feira, outubro 09, 2006

Para uma Amiga ...

A felicidade é um estado permanente que não parece ter sido feito, aqui na terra, para o homem. Na terra, tudo vive num fluxo contínuo que não permite que coisa alguma assuma uma forma constante. Tudo muda à nossa volta. Nós próprios também mudamos e ninguém pode estar certo de amar amanhã aquilo que hoje ama. É por isso que todos os nossos projectos de felicidade nesta vida são quimeras.
Aproveitemos a alegria do espírito quando a possuímos; evitemos afastá-la por nossa culpa, mas não façamos projectos para a conservar, porque esses projectos são meras loucuras. Vi poucos homens felizes, talvez nenhum; mas vi muitas vezes corações contentes e de todos os objectos que me impressionaram foi esse o que mais me satisfez. Creio que se trata de uma consequência natural do poder das sensações sobre os meus sentimentos. A felicidade não tem sinais exteriores; para a conhecer seria necessário ler no coração do homem feliz; mas a alegria lê-se nos olhos, no porte, no sotaque, no modo de andar, e parece comunicar-se a quem dela se apercebe. Existirá algum prazer mais doce do que ver um povo entregar-se à alegria num dia festivo, e todos os corações desabrocharem aos raios expansivos do prazer que passa, rápida mas intensamente, através das nuvens da vida?



Jean-Jacques Rousseau, in 'Os Devaneios do Caminhante Solitário'

Fonte: O Citador

sábado, outubro 07, 2006

Arte Poética

Arte Poética
A poesia do abstracto...
Talvez.Mas um pouco de calor,
A exaltação de cada momento
É melhor.Quando sopra o vento
Há um corpo na lufada;
Quando o fogo alteou
A primeira fogueira,
Apagando-se fica alguma coisa queimada.
É melhor...Uma ideia
Só como sangue de problemas;
No mais, não,Não me interessa.
Uma ideiaVale como promessa
E prometer é arquear
A grande flecha.
O flanco das coisas só sangrando me comove,
E uma pergunta é dolorida
Quando abre brecha.
Abstracto!O abstracto é sempre redução,
Secura;
Perde -
E diante de mim o mar que se levanta é verde:
Molha e amplia...
Por isso, não:
Nem o abstracto nem o concreto
São propriamente poesia.
A poesia é outra coisa.
Poesia e abstracto, não.
Vitorino Nemésio

Bom Fim de Semana!


quarta-feira, outubro 04, 2006

Viagem no tempo

Lagos, verão de 2006

Olhando hoje para o que foi, em tempos, local preferido de brincadeiras, recordo o pouco que me ficou do que dentro destas paredes existe ou, existia. Obviamente o que hoje me parece totalmente normal em proporção, na memória surge como um objecto de sonho enorme, cuja luz encantada entrava, iluminando paredes e objectos que nos rodeavam.
Todas as janelas trazem uma imagem, todas elas uma sensação há muito sentida...
...
.
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa

quinta-feira, setembro 28, 2006

Divagando ...


Se pudessemos usar uma esfera para ver a vida, mais não veriamos do que um conjunto de linhas conectadas ou não e que mais não são, do que os sonhos que fomos acumulando ao longo da existência. Uns realizaram-se, outros ficaram perdidos nos meandros da memória, outros ainda foram brutalmente interrompidos por um pesadelo que não era esperado.

Haverá retrocesso? Poderemos recuperar o que foi perdido? Teremos a possibilidade de reconquistar algo que ficou esquecido, lá bem no fundo?

Amizades ganhas, amizades perdidas, amores ganhos, amores perdidos para nunca mais recuperar... imagens de quem nos foi querido, mas que mais não são do que fragmentos de memória que não queremos perder a todo o custo, influenciando a nossa actual vivência.

Resta olhar ... ver os pontos de união entre cada linha, perceber o que nos espera durante o percurso desse caminho e aceitar as tantas quebras existentes neste tão grande aglomerado de linhas e pontos, segundo os quais nos vamos guiando!!!

Sometimes I get to feelin
I was back in the old days - long ago
When we were kids, where we were young
Things seemed so perfect - you know?
...
The sun was always shinin' - we just leved for fun
Sometimes it seems like lately - I just don't know
The rest of my life's been - just a show.
...

Excerto de "These Are The Days Of Our Lives" - QUEEN

sexta-feira, setembro 22, 2006

Fresta

Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, num instante, erguendo a fronte

de onde em mim sou soterrado,

Vejo o longínquo horizonte

Cheio se sol posto ou nado,

Revivo, existo, conheço;

E, inda que seja ilusão

O exterior em que me esqueço,

Nada mais quero nem peço:

Entrego-lhe o coração.

Fernando Pessoa, Ficções do Interlúdio

BOM FIM DE SEMANA

domingo, setembro 17, 2006

AMIGOS


Há dias atrás fui contemplada com uma cena que, para os que têm o tipo de trabalho que tenho, nem sempre são presenteados com imagens tão lindas como a que vi.
Estava atendendo público, atrás de um balcão, quando um colega me diz que tinha um senhor para atender logo que terminasse de resolver o problema de quem estava comigo. Olhei em frente e, vi uma pessoa invisual. Ok, percebi quem é, pensei eu. Instantes depois, dirigi-me à pessoa que estava à minha espera. Enquanto falava com ele apercebi-me de vários olhares que, ora se dirigiam para ele, ora se dirigiam para o chão. Numa sala onde costuma reinar o barulho, naquele instante o som baixou, as pessoas olhavam e comentavem em voz baixa o que estavam a ver. Intrigada com tanta coisa estranha, enquanto falava com a pessoa, pensava o que se estaria a passar no chão... de repente associei a pessoa invisual a um cão. Seria esse o motivo de tantos olhares e de tantas diferenças de comportamento? Já que não me era possível ver o chão, de imediato perguntei à pessoa se tinha um cão acompanhando-o. Só pela entoação da resposta percebi tudo! Aquela fisionomia que se apresentava à minha frente modificou-se por completo, um largo sorriso lhe apareceu na face e com imensa alegria na voz me disse que sim, tinha com ele uma cadela. Perguntei-lhe qual a raça. A resposta não se fez esperar. Com imensa alegria perguntou-me se queria ver e de imediato se baixou para levantar a sua Amiga. Ao cimo do balcão, aparece-me nada mais, nada menos que um focinho lindo como este. Os olhos eram poços de ternura!!! As lágrimas quase me caiam, quando já com o seu assunto resolvido, a pessoa me agradeceu e saiu calmamente, guiado pela sua cadela, que sem vacilar e num passo muito calmo orientou o seu dono no meio de uma sala cheia de gente, guiando-o para a porta de saída.

Já tinha visto muitos programas na tv sobre estes grandes AMIGOS. Mas uma coisa é ver através do ecran, outra é ver e sentir perante nós, o grande Amor que une aqueles dois seres!

Tenham uma óptima semana!

sábado, setembro 16, 2006

domingo, setembro 10, 2006

NARCISO

São lindos, não são? Selvagens, amarelos e brilhantes. Tudo à sua volta brilha com tanta côr!
Nenhuma imagem poderia falar melhor de ti, senão estas flores que têm o teu nome. Desde muito cedo a tua vida começou, sempre a trabalhar. Casaste, divorciaste-te e voltaste a casar. Se o divórcio já era algo que te tornasse diferente, casar de novo e aceitar tudo, fazia de ti alguém quase extraterrestre. Mas, não te importaste!!!
Andaste por terras espanholas, vieste para Portugal e trabalhaste pelo Algarve inteiro. Com família na ponta oposta do Algarve, em Lagos fizeste uma grande parte da tua vida.
Carpinteiro Naval de profissão, gostavas do mar qb. Melhor em terra e vê-lo do que nele estar e ver terra. Dizias sempre " Com o mar, não se brinca!" Nas "horas vagas" foste banheiro, meteriologista particular, artista como poucos existem.
A tua arte saia pelas tuas mãos, pela tua inteligência, pela tua forma de encarar a vida. Quem estivesse perto de ti, não tinha muito tempo para estar triste. Conseguias pôr uma plateia inteira a rir e tudo era puro e vindo do mais profundo do teu ser. Se estavas numa mesa de família, era melhor ter cuidado, não fosse causares o engasgo de alguém, claro a tua esposa não gostava muito da questão mas, perante todos a rirem, olhavas para ela com olhar matreiro.
Das tuas mãos sairam barcos em miníatura, barcos que navegaram (incluindo o nosso) um violino, em tempo muito idos e mais n coisas que apanhavas e delas saía sempre qualquer coisa.
Lembro-me do dia em que me contaram a verdadeira realidade... estavas apreensivo e, não era para menos! Mas Avô, eu só te conhecia a ti. Eu era a tua bleblé, sabe-se lá porque este nome? Mas era o que me chamavas! Não era nesse dia que as coisas iriam mudar. Sei que ficaste feliz, embora não o mostrasses. A partir desse dia, a cumplicidade entre nós foi crescendo... Tinhamos os nossos segredos que nunca ninguém soube, não era Avô? Nem a AVó!!! Mas aqui também não os vou expôr. Foram, são e serão, só nossos!
Pedi-te, ainda adolescente, para me fazeres um barco, como os que fazias para vender, mas que acabavas sempre por perder dinheiro. Punhas tudo e todos ao rubro, quando um barco se ia e dinheiro... nem vê-lo! Não te interessava, querias era fazê-los e encolhias os ombros sempre que alguém te chamava a atenção!
A tua imagem, de barco debaixo do braço, na hora do almoço, a entrar pela casa dentro para me entregares o que te tinha pedido, nunca me esquecerei, nem me esquecerei do raspanete que te preguei quando descobri que o fizeste à pressa com medo de não o conseguires acabar. E tu rias...
Sei que te orgulharias das netas que tens. Mas mais orgulhosa estou eu por te ter tido como Avô! Valeu por uma existência inteira!!!
I STILL LOVE YOU
Alargo esta homenagem que fiz ao meu querido Avô, a todos aqueles que faleceram na catástrofe horrenda de 11 de Setembro e em particular a todos os Avôs e Avós que lá deixaram as suas vidas!

terça-feira, setembro 05, 2006

Barqueiro

Van Gogh, Boats

Na noite avançada percorro imagens já envelhecidas, palavras ouvidas, discursos inacabados, realidades rejeitadas...

BARQUEIRO

Como barqueiro enlouquecido nos mares gelados,

Despedaço gelo com débeis ramos de madeira,

O frio invade-me. O sol é miragem passageira,

Violentamente, sigo por quadrados já quebrados.

Rasgo mares jamais por alguém antes rasgados,

Fios de água gelaram na minha face sobranceira.

A minha pequena barca é frágil, mas vai ligeira,

Leva-me para mares que já julgava sepultados.

Respiro fundo. Há pouco oxigénio pairando no ar.

Esta minha raiva feroz obriga-me a não parar,

Esqueço as tuas tempestades, os meus cansaços.

Perdido, avanço. Não sei até onde vou chegar,

Mas avanço. Estou encolhido, mas vou continuar,

E já em chamas, irei erguer-me e abrir os braços.

Gonçalo Nuno Martins, Nada em 53 vezes, pp 33

sexta-feira, setembro 01, 2006

Sentimentos, emoções ...


Passamos por situações em que os sentimentos estão tão soltos e as emoções tão fortes que para muitos de nós, o bloqueio serve de protecção por forma a que não se emitam palavras que, decerto, não seriam as mais correctas.

Mas... existe sempre alguém que diz por outras palavras, numa frase, parágrafo ou texto algo com o qual se dá a identificação!


Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA.

terça-feira, agosto 29, 2006

Tempos ...

Farol da Ponta da Piedade, Lagos
Fotografias, mais não são do que o registo de uma fracção de segundo que, pode perdurar no tempo com conotação positiva ou, negativa.
Ou ainda, transformar-se em segundos perdidos no tempo!
NUNCA MAIS

Nunca mais te darei o tempo puro

Que em dias demorados teci

Pois o tempo já não regressa a ti

E assim eu não regresso e não procuro

O Deus que sem esperança perdi.

Sophia de Mello Breyner


quinta-feira, agosto 24, 2006

Na areia!


Em mundos de fantasia, acompanhada por uma leve brisa, a que se junta o som das doces ondas que se espalham pelo areal deixando o reflexo da luz que, gradualmente desaparece ...
Tarde no mar
A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
O horizonte: um cacto purpurinhi.
E a vaga esbelta que palpita e ondeia,
Com uma frágil graça de menino,
POusa o manto de arminho na areia
E lá vai, e lá segue o seu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia.
Desenha mãos sangrantas de assassino!
Que linda tarde aberta sobre o mar!
Vai deitando do céu molhos de rosas
Que Apolo se entretem a desfolhar...
E, sobre mim, em gestos palpitantes,
As tuas maõs morenas, milagrosas,
São as águas do sol, agonizantes...
Florbela Espanca, Sonetos, pp122

terça-feira, agosto 22, 2006

Acabaram-se as férias!!!

Tempo de nada fazer... já lá vai!!!!

Pela cara nota-se que é o primeiro dia de trabalho... e o sono que eu tenho????? :((

Fiquem Bem!!!!!!!!!

Eu... vou tentando habituar-me de novo. Que remédio...

sábado, agosto 19, 2006

Olhar sem ver!

Igreja de Santa Maria, Lagos

Quantas vezes passei por esta Igreja? n vezes...
Quantas vezes lá entrei? Muitas... talvez não tantas assim... mas, foi lá que fui submetida a alguns rituais inerentes ao facto de ser católica, na altura, semi-praticante, hoje em dia completamente afastada.

Este ano, fui encontrá-la, como podem ver, um tanto desprezada, pelo menos na fachada central. De noite passava por perto e via a janela aberta... várias foram as vezes que na brincadeira comentava que por estes lados ninguém tinha medo de ladrões!

Dadas as condições exteriores, cheguei a perguntar-me como estaria ela lá dentro, visto que tinha sido remodelada já há algum tempo, retirando, para mim, o que lha achava de belo. Mas... gostos não se discutem! Resolvi entrar para verificar...


O que ia encontrar no geral já eu sabia, pois embora nunca lá vá, existem alturas em que não temos mesmo outro remédio...
Entrei, olhei em frente...tudo igual! Afinal o estado exterior nada tinha com e interior!
Olhei para um dos lados e parei deslumbrada com o que via. Este recanto que vos mostro, é lindo! Tenho que aceitar que nunca lhe dei a devida atenção... Que influências árabes tão signíficativas e frontais estava a olhar... não só pela forma, mas também pelos azulejos que forram todo este pequeno espaço. Perguntei-me a mim mesma como é que nuca tinha visto isto?!
Vi de certeza, simplesmente, só agora estava desperta para a percepção destes sinais que embora não estejam escondidos, para muitos não passa de uma pia baptismal, com a sua beleza, é certo, mas sem dar importância às suas origens, pelas mais variadas razões!

Esta última fotografia, foi tirada depois de muitas tentativas para que se ficasse a ver o centro do semi-circulo. As cores são, simplesmente lindas e subtis!

E eu, durante tanto tempo, de "olhos tapados"!!!!

Resumindo: Vivendo e aprendendo!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Made In Heaven

Lagos, 15 de Agosto

Tudo tem um início e um fim! Uns continuarão cá, vendo e usufruindo destas belas vistas, outros irão às suas vidas ... mas estas imagens ficam sempre na memória dos que ficam e dos que vão.

O sol brilha, o mar calmo reflete toda uma onda de calor e luz. Sombras aqui e ali, dão o toque final ao quadro diurno que aqui fica.

De um dia assim, surgirá uma noite estrelada e encantada pelo luar de Lua Cheia. Toda esta imensidão de mar, será um enorme espelho silencioso, só cortado pelo breve e leve murmúrio das ondas que se espalham pela areia.

Em jeito de "despedida"...


Van Gogh, Starry Night

Starry, starry night.

Paint your palette blue and grey,

Look out on a summer's day,

With eyes that know the darkness in my soul.

Shadows on the hills,

Sketch the trees and the daffodils,

Catch the breeze and the winter chills,

In colors on the snowy linen land.

Now I understand what you tried to say to me,

How you suffered for your sanity,

How you tried to set them free.

They would not listen, they did not know how.

Perhaps they'll listen now. Starry, starry night.

Flaming flowers that brightly blaze,

Swirling clouds in violet haze,

Reflect in Vincent's eyes of china blue.

Colors changing hue, morning field of amber grain,

Weathered faces lined in pain,

Are soothed beneath the artist's loving hand.

Now I understand what you tried to say to me,

How you suffered for your sanity,

How you tried to set them free.

They would not listen, they did not know how.

Perhaps they'll listen now. For they could not love you,

But still your love was true.

And when no hope was left in sight

On that starry, starry night,

You took your life, as lovers often do.

But I could have told you, Vincent,

This world was never meant for one

As beautiful as you. Starry, starry night.

Portraits hung in empty halls,

Frameless head on nameless walls,

With eyes that watch the world and can't forget.

Like the strangers that you've met,

The ragged men in the ragged clothes,

The silver thorn of bloody rose,

Lie crushed and broken on the virgin snow.

Now I think I know what you tried to say to me,

How you suffered for your sanity,

How you tried to set them free.

They would not listen, they're not listening still.

Perhaps they never will...

( Don McLean)

segunda-feira, agosto 14, 2006

Chegou o vento Norte!

Meia - Praia, Lagos, 12 de Agosto

Ora bem... eu sabia... eis que chegou o vento Norte, característico desta costa!!!
E com a "Nortada" (como aqui se diz) as águas quentinhas desaparecem para dar lugar a águas friazinhas. Calor forte? De manhã e, mais ou menos até meio da tarde. Apartir daí... é melhor pensar em fresquinho. À noite, é melhor pensar em casaquinho :)
Assim sendo, da minha parte é:
Entrar na água, só de barco!!!

Manet, The beach.

E à tarde, estar na praia... só vestidinha :)))

Claro que tenho que salientar que todas estas sensações diferem de pessoa, para pessoa! Até porque tenho uma grande amiga que chama brisa ao vento norte, onde ela se sente muito bem. Para mim, é um verdadeiro vendaval, onde só estou bem se me vestir a rigor para tal ;)

Com vento, ou sem ele FIQUEM BEM!

Uma boa Semana, para quem vai trabalhar!

sexta-feira, agosto 11, 2006

Um Mar de ...

TV e a passar em revista algumas das fotos que
nas viagens pela net, vou encontrando e coleccionando. Falava-se de um livro, do qual não sei nome nem autor, mas que abordava o tema da busca da felicidade que, na maior parte das vezes é procurada naquilo que faz mover montanhas, quando, na realidade a temos mesmo ao nosso lado e tão simples que nem damos por ela… estes momentos em que estamos sozinhos connosco mesmos, pensando em tudo e em nada, e onde a nossa atenção flutua, pelos mais variados estímulos circundantes e, no meu caso sendo um deles o calor, pensava para os meus botões:” Calor este, que não pára, tantas vidas a correrem riscos por causa dos fogos que continuam a lavrar pelo nosso país, os nossos governantes ou (des)governantes a “sonharem de noite pra contar de dia”, as desgraças que somos obrigados a ver, se não queremos estar totalmente fora de horas”, enfim, em pleno devaneio... olhei para esta imagem e dela surgiu uma sensação boa, que me retirou do plano aéreo onde me encontrava.
Como algo tão simples nos pode fazer voltar os pensamentos para algo completamente oposto…
Este jeito organizado, (des)organizado de pontos brancos enrolados uns sobre os outros, que mais não são do que um ramo de rosas brancas, fez-me ver que esta brancura também transmite frescor, beleza, suavidade … cheguei a imaginar o quanto de bom seria abraçar um molho destes tão sedoso, sentir o cheiro e deixá-las junto a mim num abraço de ternura…

Resumindo, parece que o calor me afectou e há aqui um conflito qualquer entre sinapses lollll

Aproveitem, olhem e divaguem! Nem que seja por segundos, a vida também pode ser uma rosa sem espinhos ;)


Às Vezes

Às vezes tenho idéias felizes,

Idéias subitamente felizes, em idéias

E nas palavras em que naturalmente se despegam...
Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto?
Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...


Álvaro de Campos

quinta-feira, agosto 10, 2006

Pela boca morre o peixe ...



Parece que estou a fazer propaganda, mas não estou!

Uma vez de férias, a criançada tem direito a ter algo de diferente e, já que estávamos perto, fizemos a vontade...

Logo quando entrei no recinto, pensei que não deveria ter ido. O pessoal era mais que muito!!! Mas já lá estava, tinha mesmo era que "entrar na onda".

O que aqui veem é uma piscina que, mais não faz do que fazer ondas. Agora, admirem a quantidade de pessoas que lá estão. Quando vi isto, a primeira coisa que disse foi: "Aqui não me apanham!!!" Pois é, deveria ter ficado calada... e quase que me escapava mas, já no fim do dia, estive um pouco mais com a minha sobrinha de 6 anos. Estava a portar-se tão bem!!! Até que... me deparei com ela nesta piscina, que na altura não tinha ondas mas, continuava sobrelotada. "Oh tia, anda cá! Vem ter comigo!" Tentei de todas as formas e feitios livrar-me do dito tanque, mas... a insistência era muita. "Ok, mas não vou para aí tomar banho, entro só um bocadinho!!!"

Resultado: Acabei toda molhada, com direito a mergulho e tudo. Isto porque a tia acreditou na sobrinha e quando deu por ela, estava a ser devidamente empurrada para dentro de água, no meio de toda aquela população...

Como diz o meu amigo RPM, "...as tias também servem pra essas coisas!"

Fiquem bem!

Beijos e abraços :)