domingo, julho 30, 2006

Amor?

Imagem retirada da net
A palavra amor advem do verbete latino amore, que pode ser literalmente traduzido por "afeição", "amor", "vivo desejo". Também é associado a palavras que representam “desejo”, “satisfação”, “conquista” e “libido”. O conceito de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou algum objeto, que seja capaz de receber este comportamento amoroso e que seja capaz de alimentar as estimulações sensoriais e psicológicas necessárias para a manutenção da motivação deste amor. Ainda assim, a palavra amor possui diversos significados. É o tipo de amor que tem relação com o caráter da própria pessoa e a motiva a amar (no sentido de querer bem e agir em prol). Amar também tem o sentido de gostar muito, sendo assim possível amar qualquer ser vivo ou objeto.

Wikipédia

Segundo Virgílio Ferreira, Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós. («Nunca amaste ninguém...»). Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'

Fonte: Citador


Imagem retirada da net

Para Fernando Pessoa, "o amor pede identidade com diferença, o que é impossível já na lógica, quanto mais no mundo. O amor quer possuir, quer tornar seu o que tem de ficar fora para ele saber que se torna seu e não é. Amar é entregar-se. Quanto maior a entrega, maior o amor. Mas a entrega total entrega também a consciência do outro. O amor maior é por isso a morte, ou o esquecimento, ou a renúncia - os amores todos que são os absurdiandos do amor. (...) O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente? O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada." Fernando Pessoa, in 'O Rio da Posse'

Fonte: Citador


E. Munch, The Kiss III

Poderia aqui colocar variadas definições sobre este tema. O Amor... aquilo que todos procuram! Amor encontrado e "permanecido", Amor encontrado e perdido, Amor correspondido, Amor não correspondido... ... tanto se poderia dizer! No fundo o Amor não é mais do que um sentimento "positivo" que é nutrido entre seres, quaisquer que eles sejam.

Entre os humanos, seres mais complexos dada a possibilidade das mais variadas emoções, este pode ser exigente, calmo, impulsivo...sendo que cada uma destas características terá que ser aceite pelo par.

Acima de tudo, esse sentimento, apesar de tantas tentativas de definição é algo de muito subjectivo, o qual, quanto a mim, é impossível de descrever, tantas são as emoções e afectos que a ele estão ligados.
Quanto mais não seja, esse termo que tantos usam, não é mais que um "dar de mãos" consciente na altura certa. Um respeito mutuo que pode e deve ser mantido...

Finalmente, AMOR É TUDO E É NADA!

sexta-feira, julho 28, 2006

Celebração

Tal como uma flor, nascemos, vivemos e por fim morremos. Todos temos o nosso próprio tempo para viver e deixar viver, com uma amálgama de sentimentos aos quais muitas vezes estão associados pessoas, situações, coisas da mais variada índole.

Provávelmente, a vida proporciona-nos uma aprendizagem que podemos viver na sua continuidade... ou não...

Este post teve ínicio num poema que me foi oferecido e que adorei!!!



CELEBRACIÓN DEL JUEGO DE LA VIDA Y DE LA MUERTE

La lengua se oxida por falta de palabras,
el ojo se oxida por falta de sueños.

El rostro es la luz del cuerpo.
Cuando el rostro se ensombrece
todo el cuerpo se apaga.

El hombre es un libro
que la vida lee sin cesar.
La muerte lo lee en un instante,
una sola vez.

La melodía es para el oído,
el color es para el ojo,
la palabra es para todo el cuerpo.

Negro: desmayo de la naturaleza
en el regazo del universo.

La locura es continuo encuentro con las cosas
y es, al mismo tiempo, continua despedida.

Todas las cosas se cubren con ropajes que las
enmascaran.
Nada aparece en completa desnudez
más que cuando lo toma la mano de la locura.

Adonis (poeta sírio)

segunda-feira, julho 24, 2006

A pintura como linguagem.



Van Gogh sempre foi um dos pintores que mais apreciei. Não só pela sua própria história de vida, como também pela forma como se expressava.

Tendo absorvido as(...)" lições do impressionismo e do pontilismo de Seurat, apreciava a técnica de pintar com pontos e pinceladas de cor pura, mas, nas suas mãos, tal técnica tornou-se algo diferente (...) Van Gogh usou cada pincelada não só para aplicar a cor, mas também para exteriorizar a sua própria emoção."

Procurei informações sobre este pintor há muito tempo, precisamente porque a forma como as suas obras eram feitas, me faziam eco como uma linguagem. Algo parecia querer falar naqueles pontos, uns mais suaves, outros mais acentuados, as suas formas tão bem conseguidas... por outro lado, a demonstração de percepções diferentes da realidade. Em Starry Night, aquele céu estrelado, mas com formas tão pouco usuais para quem percepciona uma noite estrelada. Neste "Café Terrace" as cores luminosas do lugar, com todas as suas formas tão bem delineadas, mas ao olharmos para o ceú, mais uma vez aparecem aquelas estrelas tão características deste pintor.

(...)« Numa das suas cartas de Arles, descreve o seu estado de inspiração quando "as emoções são, por vezes, tão fortes que trabalho sem ter consciência de estar a trabalhar (...) e as pinceladas acodem com uma regularidade e coerência idênticas às das palavras num discurso ou numa carta". A comparação não podia ser mais clara. Em tais momentos ,Van Gogh pintava como outros homens escrevem (...)»

" Le peintre est celui qui crée de la beauté avec un chiffon de lumiére imbibé de Silence", Christian Bobin.

Gombrich, E.H., A História da Arte, pp. 147, Ed. Público
Cafe Terrace at Night, Arles, 1888

sexta-feira, julho 21, 2006

A beleza da natureza

Imagem retirada da net

"A ciência desenha a onda; a poesia enche-a de água."
Teixeira de Pascoaes
BOM FIM DE SEMANA!!! :)


quinta-feira, julho 20, 2006

Cada coisa, seu momento!

Sei que há já algum tempo que não faço um post com questões verdadeiramente importantes. Elas acontecem todos os dias, são guerras que ceifam a vida a inocentes, crianças mal tratadas, incêndios... enfim, um manancial de temas que poderiam ser abordados e que merecem reflexão. Para isso faço sempre pesquisa e estudo alguma coisa, no entanto, a falta de tempo imperam neste momento. Ok, não só a falta dele, como também a falta de vontade para os fazer. Estarei talvez numa altura de egoismo. A minha própria pessoa e meio circundante, são, neste momento, mais intrusivos. O que predispôe menos à abertura para o exterior. Bem, pois que assim seja. A vida terá que continuar e terei que fazer aqui um ponto de equilibrio. Geralmente, o tempo, faz muita coisa...

Entretanto, quero também agradecer a todos aqueles que por aqui têm passado e deixado a sua mensagem. Aos poucos, irei agradecendo individualmente. Obrigado a todos!

Por agora, deixo-vos com um poema de Fernando Pessoa que encontrei e achei magnífico!
Deixei atrás os erros do que fui
Deixei atrás os erros do que fui,
Deixei atrás os erros do que quis
E que não pude haver porque a hora flui
E ninguém é exato nem feliz.

Tudo isso como o lixo da viagem
Deixei nas circunstâncias do caminho,
No episódio que fui e na paragem,
No desvio que foi cada vizinho.
Deixei tudo isso, como quem se tapa
Por viajar com uma capa sua,
E a certa altura se desfaz da capa
E atira com a capa para a rua.
Imagem retirada da net.


segunda-feira, julho 17, 2006

Seis Meses

"Tal como a pintura, a música e tantos outros meios, a escrita é também, um intemporal veículo de tranferência de sentimentos e emoções que nos ajuda, a maioria das vezes, a ultrapassar ou marcar momentos significativos da vida. A pesquisa que tenho feito, levou-me a acreditar que desta forma posso não só ajudar-me a mim própria, como também a outros que nisso estejam interessados.
Assim, estou cá para escrever o que me vai na alma e associar-me a tantos pensamentos, sentimentos, paixões ... que por aqui andam!
Já a 1 de Fevereiro de 1908 no Palácio das Necessidades, transferia a Rainha D Amélia para o papel, o que a sufocava ... " ...Escrever para não gritar. Para não perder a razão ... A dor cobriu tudo. Esvaziou-me o espírito. As recordações desapareceram, estou incapaz de chorar. Inerte. Algures devem ter soado as horas, mas estou fora do tempo, perdida na minha noite.Bern, Stéphane, Eu, Amélia, Última Rainha de Portugal."

Há 6 meses atrás, iniciei o primeiro blog, que mais não é do que a primeira parte deste, com o texto acima transcrito. Fiz porque pesquisei e encontrei esta forma de comunicação que, de certa a forma, até acho salutar. Não quis fazer deste espaço algo de específico. Sómente um lugar onde escreveria o que achasse por conveniente. Se gostassem da minha escrita, com certeza comunicariam. De facto assim aconteceu e a comunicação fluiu até hoje.

Claro que já antes escrevia. São resmas as folhas que tenho em meu poder, escritas por mim. Mas dessas nunca para aqui transpus nada. Não porque não seja a mesma pessoa que escreveu em suporte de papel, mas fazem parte de outras épocas da minha vida.

Tudo o que aqui escrevi até agora, reflete aquilo que realmente sou. Posso não falar em discurso directo e usar a simbologia, mas isso todos nós fazemos e, não é necessário grande informação para que o importante seja dito. Poderá ser uma escrita "light", mas é a que uso aqui e não tenciono mudar. A única coisa que poderá mudar, é o tema em cada post. Aí, a linguagem foi e será utilizada, de acordo com a respectiva matéria .

De qualquer forma, sempre foi de grande importância para mim, o respeito a tudo e a todos. Nesse aspecto, até agora, nunca tive razão de queixa. Fiz amigos que não conheço a não ser através da escrita, uma ou outra pessoa, conheci pessoalmente, li muita coisa interessante, aprendi muito e diverti-me muito. De tudo isto pretendo continuar a usufruir, até ... um dia!

Por fim, deixo-vos a minha fotogafia para que me conheçam e um poema que me foi oferecido pela autora do "Pretextos" e que penso definir bem aquilo que é a minha personalidade.

Porque os outros se mascaram mas tu não

Porque os outros usam a virtude

Para comprar o que não tem perdão

Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados

Onde germina calada a podridão.

Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem

E os seus gestos dão sempre dividendo.

Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos

E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner

domingo, julho 16, 2006

Há dias assim!!!


Sempre achei que felicidade não era uma constante, mas sim algo que encontramos de vez em quando!

Hoje, foi um dia de grande felicidade!

Sempre adorei partilhar o que tenho com os outros e enquanto estiver na casa onde habito agora, uma das grandes alegrias que tenho é poder dar guarita aos sonhos que todas as crianças têm.

Comigo estiveram um casal amigo e filhos, minha irmã e cunhado, claro que acompanhados pelos seus rebentos, meus queridos sobrinhos e ainda a minha filha, a mais velha de todos e que já ajuda com os mais pequeninos.

Primeiro etapa do dia: Fui devidamente agarrada pelo meu Amigo e empurrada para dentro da piscina, vestidinha e tudo ... ao tempo que ele andava a tentar... desta vez conseguiu :)))

Nós, os adultos é claro que nos divertimos mas, ver quatro crianças a saltar e pular, dar grandes mergulhos e brincar horas na água, dizendo que não têm frio mas com os lábios a fazer saber o contrário é delicioso! A tia (eu) teve que ir tomar banho com a sobrinha... uma vez dentro de àgua, é nadar atrás de um e de outro, porque cada um grita por seu lado.

Para finalizar, estive de "molho" com o meu sobrinho de 1 aninho (pequenino, mas grande aventureiro) para grande alívio dos pais que, finalmente tiveram alguma liberdade!

Já tive o prazer de dar a possibilidade a duas crianças, de se adaptarem à água sem quaisquer problemas e fico extremamente feliz por tal ter acontecido.

Só uma sombra pairava... mas, resolvi dar o que tinha a tão bela companhia!

sexta-feira, julho 14, 2006

Divagações...

Olhei para esta fotografia e lembrei-me... como gostaria que a flor me servisse de poiso e a bola de protecção...

Fiodor Dostoievski, considerou que "Na Paz Não Há Verdadeiro Progresso, o Egoísmo Impera ...

Que espere o progresso, o Egoísmo por vezes ,faz falta para conseguir alguma paz!!!

Foto de J. Renato em www.olhares.com

quarta-feira, julho 12, 2006

Gaivotas em terra...


Tempestade no mar!

O som da cidade, atrás ... é substituido pelo clamor do mar a bater na rocha para se abrir em leque!

Vento forte e humido na direcção mar-terra, empurra consigo goticulas de água que se espalham no ar... o cheiro... esse aroma tão peculiar da areia molhada e do mar revolto, cerca quem neste espaço se encontra.

De face molhada e fria, com os lábios a saber a sal, olhos brilhantes comtemplam a tempestade!

A onda desfaz-se, o mar retrocede e há um hiate de tempo em que se ouve e sente, somente o ar humido... vento forte mas agradável para quem sente o pulsar do mar!

Passaram as sete ondas... e, subitamente, a rebentação faz-se sentir com toda a sua pujança. Novo ciclo se seguirá, até voltar a calma que reina antes da tempestade!




Quando

Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
Álvaro de Campos

domingo, julho 09, 2006

Amor Sem Tréguas


Amor sem Tréguas
É necessário amar,
qualquer coisa, ou alguém;
o que interessa é gostar
não importa de quem.
Não importa de quem,
nem importa de quê;
o que interessa é amar
mesmo o que não se vê.
Pode ser uma mulher
uma pedra, uma flor,
uma coisa qualquer
seja lá o que for.
Pode até nem ser nada
que em ser se concretize,
coisa apenas pensada,
que a sonhar se precise.
Amar por claridade,
sem dever a cumprir;
uma oportunidade
para olhar e sorrir.
Amar como o homem forte
só ele o sabe e pode;
amar até à morte,
amar até ao ódio.
Que o ódio, infelizmente,
quando o clima é de horror
é forma inteligente
de se morrer de amor.
(Poesias Completas)
António Gedeão
Ilustração "Summer Evening Near Skagen"
kroyer
(1851 - 1909)

sábado, julho 08, 2006

E esta?????


E esta heim????
Bem, eu tinha deixado somente como comentário "no comments..."
Mas, começei a pensar se não teria sido dura demais... e poderia dar possíbilidades a variadíssimas interpretações... Assim, digo-vos que encontrei esta ilustração e achei maravilhosa, por vários motivos.
Quando olhei para ela, de imediato me lembrei da sociedade em que estamos inseridos.
Depois, pensei... "no reflexo do espelho, vemos quem queremos..."
E por fim, deixo-vos o último pensamento:
"Quando não há no espelho, a verdadeira percepção do EU, para aqueles que ainda vão a tempo... PROCUREM-NA!
UM EXCELENTE FIM DE SEMANA!
Gravura de Craven, Con Eric.

quinta-feira, julho 06, 2006

These Are the Days of Our Lives



Era uma vez...

Hoje posso dizer que era uma vez. Esta bela casa que aqui se vê, fazia parte de uma das mais belas vistas que Lagos (Algarve) tinha, quer estivessemos em terra, quer no mar. De ambos os lados se vê, qual farol emergente da rocha.

Pertença em tempos, pelo que sei, de famílias abastadas, é um lugar do qual guardo belas recordações, nas mais variadas situações e idades.

Foram muitos os caminhos que me levaram até ela. Uns melhores, outros piores, mas todos pertencentes à infância e adolescência. Aquele tempo da nossa vida em que achamos que tudo será conseguido, mesmo os mais recondidos sonhos. Muitos foram conseguidos, uns a pulso, outros mais facilmente, mas o que importa é que se atingiram os objectivos pretendidos.

Mas... como em tudo existe um mas... o tempo trata de modificar as coisas e, modificar-nos a nós próprios, consoante a experiência de vida que vamos ganhando.

Este é o suporte da casa que vos mostro em cima. A rocha bruta, foi cavada e mãos humanas construiram esta espécie de fortaleza. Esta seria, supostamente, em tempos idos, a entrada particular da família para a praia, uma bela enseada que se forma com águas bem limpas quando o mar está calmo. Há também muitos anos que esta entrada deixou de ser privada, para ser pública.

O som das ondas a baterem na rocha torna-se estrondoso, água e espuma sobem por estas paredes... ... ... muitas vezes vi e ouvi este espectáculo, inumeras foram as noites em que acompanhada, fiz deste lugar o meu próprio planetário, com o som adicionante da água e subir, docemente pela areia. Agora, olho para esta beleza e vejo, o que ela me queria transmitir também...

Hoje, esta bela casa foi remodelada, segundo os nossos padrões arquitectónicos actuais, perdendo todo o encanto que dela emanava!

Já Luis Vaz de Camões dizia...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.

..........

..

Fotos de autoria de Carlos Vieira. Todas elas remontam aos anos de 1980's.


terça-feira, julho 04, 2006

Há Mar e ... Mar...

Todos os que tiveram o previlégio de viver durante bastante tempo junto ao mar, sabem que este pode ser motivo para muita coisa. Ouvi-lo é um dos mais bonitos sons que podemos saborear, vê-lo calmo, ou revolto é das coisas mais lindas que podemos observar, deixarmo-nos envolver
pela sua força pode ser uma experiência magnífica. Fonte de inspiração para muitos, indutor de calma para outros, o Mar tem todos os místérios que nos podem despertar a atenção. Um deles, é a saudade (aquela palavra que só a lingua portuguesa conhece) que dele temos quando nos separamos.
Tendo vivido muitos anos, numa cidade onde via e sentia o mar todos os dias, quando chegou a hora de sair para dar rumo à vida, indo no entanto para a minha terra Natal ( Lisboa), a qual adoro, lembro-me de que nos primeiros tempos, sentia falta de ver e ouvir aquele companheiro de tantos anos, O MAR...
DO MAR
Aqueles de um país costeiro, há séculos,
contêm no tórax a grandeza
sonora das marés vivas.Em simples forma de barco,
as palmas das mãos. Os cabelos são banais
como algas finas. O mar
está em suas vidas de tal modo
que os embebe dos vapores do sal.
Não é fácil amá-los
de um amor igual à
benignidade do mar.»
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO

Foto de minha autoria, com telemóvel e barco em andamento :))

domingo, julho 02, 2006

Solidão ...

Vinícius de Moraes

A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Esta é uma faceta cada vez mais vivenciada por todos nós. Iremos ainda a tempo de alterá-la?


Deixo-vos com uma das brincadeiras que encontrei hoje nos meus passeios pela net.

Uma Boa Semana!!!

sábado, julho 01, 2006

A vida de um quadro!


É uma obra emblemática de Gustav Klimt com uma história digna de um filme. Retrata a mulher de um industrial judeu, que mantinha um salão literário em Viena. Adele Bloch Bauer posou para Klimt no ano de 1907 e a obra é considerada uma das mais representativas do mestre austríaco. Este símbolo da Arte Nova esteve exposto em Viena cerca de 60 anos, mas sobre ele pendia uma batalha jurídica. Maria Altman, uma das sobrinhas da aristocrata retratada por Klimt, estava em casa da tia quando o quadro foi roubado pelos nazis. Já a viver nos Estados Unidos para onde fugiu das perseguições de Hitler, Maria Altman pôs o Estado austríaco em tribunal e no início deste ano conseguiu que esta obra-prima fosse devolvida à família. O quadro está exposto no Museu de Arte de Los Angeles, mas a partir do próximo mês fará parte da colecção permanente de uma galeria de Nova Iorque, cuja representante salienta: “É um quadro grande e muito icónico. É um quadro que representa o auge da arte do princípio do séc. XX”.
A família Altman ficou sem o retrato da tia, mas conserva ainda quatro valiosas obras de Gustav Klimt.


Para quem gostar de números deixo este endereço, onde poderá ver o valor que lhe foi atribuido:
http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/20060620

Esta notícia foi-me dada ao telefone, por um grande amigo que, sabendo do meu estado... mais "pra baixo, do que pra cima"resolveu fazer uma das suas surpresas. Perguntou-me logo de inicio se eu sabia quem era Gustav Klimpt (demais sabia ele que sim ;)). Leu-ma ao telefone e mandou-me por mail. Deixo-a aqui esperando que gostem tanto dela como eu gostei.

Um bom fim de semana a todos!