domingo, junho 15, 2008

O resto é nada...

" (...) não retires ao tempo que deve ser de oração o tempo de vãos pensamentos, tais são esses, a real vontade de teu pai e senhor nosso quis que se levantasse o convento, a mesma real vontade quer que vás para Espanha e o convento não vejas, só a vontade de el-rei pravalece, o resto é nada, Então é nada esta infanta que eu sou, nada os homens que vão além, nada este coche que nos leva, nada aquele oficial que ali vai à chuva e olha para mim, nada, Assim é, minha filha, e quanto mais se fôr prolongando a tua vida, melhor verás que o mundo é como uma grande sombra que vai passando para dentro do nosso coração, por isso o mundo se torna vazio e o coração não resiste, oh, minha mãe, que é nascer, Nascer é morrer, Maria Bárbara."

In Memorial do Convento, Saramago, José ; pp. 316

12 comentários:

Maria P. disse...

Será?!...o resto nada?...

Hoje não sou capaz de dizer mais...penso...

Beijinho(S)amiga.

Teresa Durães disse...

não sei se o resto é nada mas custa-me imaginar

Anónimo disse...

Olá Alexandra,
No que me diz respeito, a vida teve dois muito, o João e o Pedro, o resto é nada, como tinha razão a rainha Dona Maria Ana. O nada tem priviligiado a minha vida, vai ficando a saudade imensa, terrível e o nada ali a espreitar, atento aos meus movimentos,nada, nada, nada...
beijinho
isabel

Mocho Falante disse...

olá viva

vim deixar a noticia que voltei terminando assim o período sabático

beijocas

Anónimo disse...

O resto sera nada... talvez
excelente trabalho, parabéns

bjito

bettips disse...

A própria imagem se desfaz...
Grata pelas palavras amáveis no lugar meu, de rascunhos tão efémeros como vestido rosa.

Pink disse...

Gostei imenso da imagem...e do texto escolhido.
Embora não tenha o hábito de comentar costumo vir visitar o teu blog.
E em relação a Saramago, só li 1 parte de 1 livro dele e...desisti.
Mas há uns tempos fui a Mafra ver a peça Memorial do Convento, mesmo no próprio convento e gostei mesmo.
Até!

Chellot disse...

"Nascer é morrer"
Nunca para o rei, apenas para seus súditos. Triste sina das mulheres dessa época.

Beijos de aconchego.

Anónimo disse...

Olá!
Há muito que não deixo um comentário neste blog, que é um dos meus preferidos.
O post está fantástico, a imagem ilustra na perfeição o texto de José Saramago.
Bjs.

Maria P. disse...

Deixo beijinho(S)...

Anónimo disse...

Olá, Alexandra!
A vida é composta por tudos e nadas,que se complementam de forma inigualável...
Um beijo

carteiro disse...

Concordo antes que uma grande sombra do mundo vai ocupando certa parte do nosso coração... Entre vazios, nem o coração nem o mundo.
Um beijinho.