sexta-feira, março 13, 2009

Talento


As formas de fuga de uma realidade, seja ela qual for, podem ser diversas. Umas mais originais que outras, mas todas elas têm um ponto em comum: Esquecer nem que seja por momentos, o que nos perturba. Uma das minhas - tenho que reconhecer - é a leitura. Dela retiro os mais variados conhecimentos, outras vezes nem por isso, mas tão só o facto de ler por melodiosas palavras ideias que me fazem reflectir. Deixo um exemplo com o qual estou completamente de acordo.
" O talento natural é como a força de um atleta. Pode-se nascer com mais ou menos faculdades, mas ninguém consegue ser um atleta simplesmente por ter nascido alto ou forte ou rápido. O que faz um atleta, ou um artista, é o trabalho, o ofício e a técnica. A inteligência com que se nasce é simplesmente a munição. Para se chegar a fazer alguma coisa com ela é necessário transformarmos a nossa mente numa arma de precisão. (...) Toda aobra de arte é agressiva. (...) E toda a vida de um artista é uma pequena ou uma grande guerra, a começar pelo próprio e pelas suas limitações. Para chegar a alguma coisa que te proponhas é preciso primeiro a ambição e depois o talento, o conhecimento e por fim, a oportunidade."
Acrescentaria ainda que a mesma ideia se pode usar no nosso quotidiano.
Zafón, Carlos Ruiz, O Jogo do Anjo, p. 200.
Imagem: Vendedora de Flores, Diego Rivera

11 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Fico feliz por saber que "voltaste"ao "mundo dos blogs"...porque gosto muito deste espaço.
A "pintura" é linda! Quem é o autor?
O texto obriga-nos a refectir!
Bjs!

Anónimo disse...

OPS!!!
Voltei a ler o "post" e li no final o nome do pintor!
Bia!

Bruce disse...

Sem trabalho não há talento que nos valha... é bem verdade...

Maria P. disse...

É uma passagem excelente esta, fiquei curiosa em ler o livro.
A leitura também é um dos meus "abrigos"...

Beijinho(S)

Luis Portugal disse...

Olá Alexandra
Agradeço suas palavras, volte sempre!
Tenha uma óptima semana.
Beijinhos

Conversa Inútil de Roderick disse...

Pode ser ambicioso, mas se não tiveres talento não vais longe! Só se tiveres cunhas, claro, o que neste país, infelizmente, é usual!

isabel disse...

Olá Alexandra,
"(...)ambição e depois o talento, o conhecimento e por fim, a oportunidade."
Oportunidade...mesmo com vários níveis de conhecimento, todos nós gostaríamos de ter oportunidades iguais,para desenvolver novos talentos.
Pois é...
beijinho
isabel

Anónimo disse...

Olá.

Peço desculpa, mas acho que o texto tem uma contradição.

Primeiro vai no sentido da necessidade de desenvolvermos os talentos que tivermos,que sem trabalho não se vai longe. E estou de acordo porque os talentos são natos e essenciais.
Daí que não me pareça que "é preciso primeiro a ambição..."
Na vida não basta querer ser um grande cantor e trabalhar muito para isso, se a vida nos fez gagos e roucos ou quase afónicos...
Há que descortinar os dons naturais que tivermos com bom senso, e então sim, trabalhar para evoluir nesse sentido também.
Para mim a ordem seria : o conhecimento para reconhecer e dirigir os talentos que se tiver e a ambição para trabalhar com a convicção de conseguir uma oportunidade.

Gostaria de salientar que quem trabalha naquilo que gosta,ou naquilo para que se sente dotado, tem a sua retribuição em felicidade.


Um abraço

Anónimo disse...

Olá, Alexandra!
Excelente post, repleto de bons ensinamentos.
Temos algo em comum: a leitura.
Neste momento estou a ler Estrela Errante, de Le Clezio.
Cada dia que nasce é sempre mais uma oportunidade que a vida nos proporciona para podermos evoluir.

Bjs

Å®t Øf £övë disse...

Alexandra,
Acho que para além do talento, do conhecimento, e da oportunidade, a maturidade, e a experiência também são importantes, principalmente para sabermos como nos proteger de tudo o que nos perturba nas nossas vidas. Eu também tenho a minha forma de o fazer, e tenho vindo a aprefeiçoar com o passar do tempo.
Beijinhos.

adivinha disse...

Olá Alexandra

(noite de insónia)

Li o texto e recordei-me do artista como um composto de inspiração e transpiração (não me lembro quem o disse).Mas se de facto o artista desenvolve uma guerra interior, não é menor a verdade, a guerra que ele despoleta a quem a oferece, seja pelo misto de emoções seja pela compreensão do "comum mortal" ao tentar descortinar de onde veio tanto talento.

Torno-me repetitivo... Mais uma vez, obrigado pela sua generosidade.

PS: não sei as respostas. sei que as perguntas se amontoam.