sexta-feira, abril 10, 2009

Imaginário


Esta foi a perspectiva visual enquanto criança. Tudo era grande, tudo significava descoberta, alegria, liberdade. Os cavalos, tão grandes e brancos, que “guardavam” serenamente os belos cisnes… havia-os bancos e pretos, mas a sua preferência eram os brancos. Os patos que os acompanhavam…
Pequenina, espreitava para o que considerava ser as suas casas, meras aberturas na pedra esculpida. Numa altura em que as questões têm sempre respostas, a preocupação era se a “casa dos patos” era grande para todos, porque fazia frio e eles tinham que se abrigar. E porque nessa altura haviam soluções apaziguadoras para tudo, de imediato a preocupação se dissipava para dar lugar somente ao conteúdo de um imaginário infantil.
Mas o tempo passou e ficou apenas a ideia de um lugar encantado, onde o passado se mistura com o presente na nostalgia das interrogações que hoje não têm resposta. As lágrimas vertidas com o que não era esperado, deixaram um sulco profundo que não mais poderá ser tapado. Os sorrisos em tempo de felicidade diluem-se em cada olhar, os risos calcam-se em cada passo… mas porque outrora foi um lugar encantado, hoje é depósito de esperanças que não podem deixar de existir, mesmo que sonhadas …


Imagem: O "meu" Jardim de Belém.

6 comentários:

jardinsdeLaura disse...

Olá Alexandra!

Antes demais desejo-te um bom fim de semana e uma boa Páscoa!
Depois quero dizer-te que gostei muito do teu texto, impregnado duma doce nostalgia! Dei-me conta que afinal não sou só eu a fazer pequenas incursões no passado! Gostei de te ler, voltarei sempre que puder!

adouro-te disse...

Basta olhar para os jardins...
Todos os anos têm uma primavera.
Bjs

Bia disse...

Olá!
Gostei muito de ler o "post"!!!
Desejo uma Felix Páscoa!
Bjs.
Bia.

tempusinfinitae disse...

Tudo se renova e repete e de novo volta.

O encanto de outrora tem outros olhos, mais crescidos, mais tranquilos, mas sempre encanto.

Tudo há-de regressar ao grande porque se é pequeno e tudo voltará a lembrar porque nos tornámos grandes.

Muito importante sorrir, importante encantar...

Maria P. disse...

A dimensão era outra...

Beijinho(S)

Fernando Almeida disse...

As recordações de infância do Jardim de Belém (Praça do Império, para ser mais preciso...). Mesmo assim quando era puto, não havia como aquele pequeno lago no cimo do Parque Eduardo VII, com patos... e um café simpático onde a minha mãe me comprava um gelado.