quarta-feira, maio 20, 2009

Solidão


Estar só não significa necessariamente solidão. Estar só, é saudável quando a nossa própria companhia é gratificante.
Solidão, é estarmos sós mas, apesar de o aceitarmos, percebermos que não existe alguém ao lado que nos possa ouvir. Sentirmos que apesar de gritarmos não há sentido auditivo algum que nos capte. Apercebermo-nos de que não há uma resposta do outro lado, mesmo que a pergunta seja feita. Descobrirmos que a linguagem que usámos não é compreendida pelos pares, se ainda existirem.

Por vezes, precisámos de estar sós e afastámo-nos do que nos rodeia e dos que circulam à nossa volta. Porém, na maioria das vezes, quando voltámos, percebemos que estivemos demasiado tempo ausentes. O que antes era, já não o é, e confrontámo-nos com o medo de sermos definitivamente projectados para o vazio… onde nada nem ninguém nos encontrará.
Imagem: Banco de Jardim junto à Igreja da Memória, Belém.

4 comentários:

Pluma(PrincesaVirtual) disse...

Condordo que há 1 grande diferença entre estar só (que me agrada imenso) e a solidão...mas tens razão, há que ter cuidado, não vá o «estar só» misturar-se com a solidão e ficarmos perdidos algures por ai...

Beijinhos Alexandra :)

jardinsdeLaura disse...

Alexandra,

Boa definição de solidão! Gostei e há pouc tempo abordei esse mesmo tema através de um texto de Chico Buarque que terminava assim:
"Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma..."
Também gostei! Tema complexo que assume diferentes formas ¨de matizes bem variadas! Até ao próximo Post!

Maria P. disse...

Hoje ao ouvir a "Grande Entrevista" com a Judite Sousa, a convidada, uma Mulher-coragem, que enfrenta um doença terrivel, disse uma frase que ficou:
"não nos podemos entregar ao silêncio, caso isso aconteça, o regresso é difícil.."

Beijinho(S)

PAS[Ç]SOS disse...

A solidão deverá ser um percurso - e nunca um estado estático - que temos de cumprir em busca do nosso eu, na perspectiva de um dia criarmos espaço para que o tronco crie ramos capazes de abraçar ou proporcionarem a outros o prazer de nos sentirem.